Monday, February 8, 2010

Casos de casa - O Ninho

Sempre que vejo um ninho como esse da foto, tirei de uma árvore velha aqui do quintal, fico pensando em como a natureza é perfeita.
Lembrei-me dos meus sentimentos antigos de mãe, diante dos meus filhos adormecidos... A famosa SNV (síndrome do ninho vazio) conhecida também como a dança do Siri em conjunto com as Ostras Hormonais...
Concentro-me e lembro nitidamente do sentimento... Resolvi adotar uma estratégia; - Quando percebi que o ninho ia ficar vazio mesmo fiz uma espécie de preparação; - saí do Rio, cidade em que moramos por quase 10 anos, despachei a molecada para nosso apartamento em São Paulo (todos iniciando faculdades) viajei mais que caminhoneiro na Dutra, estrada que liga São Paulo ao Rio e começamos a construir a pousadinha (obra graças a Deus inacabada).

Voltei para São Paulo e um deles já tinha mudado de cidade, outro estava morando fora do país... Foram voando aos poucos, voltaram para ganhar fôlego e foram novamente...

E a gente tem que se preparar. Não existe solidão quando estamos bem acompanhadas conosco mesmas.
Ter uma profissão prazerosa, amigos acolhedores, amores bem resolvidos, e principalmente estar consciente que fizemos um bom trabalho com nossos filhos, à síndrome desaparece rapidinho.
Hoje passado o período todo de adaptação, posso dizer que tenho o maior orgulho de ver meus filhos bem, independentes e enfrentando corajosamente várias coisas.

O ninho, agora, só serve mesmo como pontos de partida para vôos em todas as direções - Liberdade, voar, voar... Porque a vida não está no ninho, está no vôo...
Apesar de surtos nostálgicos na música e literatura, a vida tá cada vez melhor e já consigo não me arrepender de nada que fiz... Quase nada quero dizer.
Tudo teve seu papel e mesmo o que poderia ter sido melhor se fosse de outra maneira... Sei lá, foi lição aprendida...

Costumo brincar que sempre precisamos ajustar nosso "taxímetro" interior, a cada 10/20 anos, buscando novas perspectivas e objetivos.
Compreendi afinal que quando eles iniciaram seus vôos eu iniciei os meus também. Além disso, os filhos não são nossos, vieram através de nós, mas eles não são nossos.

But,... Sei que é inevitável e bom que os filhos deixem de ser crianças e abandonem a proteção do ninho. Eu mesma sempre os empurrei para fora, mas tem horas como agora, olhando bem de pertinho para este ninho da foto acima, o que eu queria mesmo era poder fazê-los de novo dormir no meu colo...
Linda semana para todos!