Saturday, June 20, 2009

Nada se perde, tudo se transforma

Gente to aqui entre um post super bacana sobre etiqueta básica e a vontade imensa de partilhar um sentimento.
Final de semana ensolarado, casa, trabalho e a rotina diária podem esperar, escolhi “um sentimento” – Na verdade uma saudade gostosa que me conduz há misto de pensamentos.
O post também podia se chamar “Recordar é viver”, Piegas?! Mas funciona que é uma beleza.
Já contei que adoro festas juninas. Minha avó Dilina tinha um lado festeiro de fazer inveja a qualquer produtor de eventos desses que hoje ganham a vida profissionalmente com isso. Aliás, todos da família da mamãe são assim. As festas juninas não passavam em branco de jeito nenhum ninguém ia perder uma oportunidade dessas.
Era comum nos mês de junho ter a casa era enfeitada de bandeirolas coloridas, uma toalha xadrez ou de chita sempre a postos na mesa, um bolo de milho para o café das tardes, e se tivesse algum aniversário era certo encontrar os pratos típicos; cuscuz, canjica, arroz doce, cural, cafezinho e quentão sempre pronto no fogão... Quando os filhos eram pequenos tentei manter esse hábito e curtimos bastante. 

Capelinha de melão
É de São João
É de cravo, é de rosa
É de manjericão
São João está dormindo
Não me ouve, não
Acordai, acordai
Acordai, João.
Engraçado isso de parar e lembrar. Há um exato momento na vida que todos nós pais paramos em profunda reflexão para chegamos à conclusão de que estamos nos sentindo órfãos.
Percebemos que os filhos crescem de um momento para outro e muitas vezes não damos conta de como o tempo passa.
 
Então, um dia, de repente, se tornam adolescentes. Os passeios nos finais de semana e férias compartilhadas já são entre colegas. Meu menino com os primeiros fios de barba a menina se transforma em mulher. É o momento dos vôos para além do habitat doméstico.
Antes que eles cresçam, tudo o que os pais podem dizer a seus filhos não é ouvido pelo mundo, mas não tenha dúvidas que ecoará por toda a eternidade. É o momento em que todos que são pais se perguntam, onde estão aqueles bebês? Onde estão os brinquedos, as roupinhas, as historinhas do faz-de-conta, os heróis, nossos heróis invencíveis das batalhas imaginárias?
E continuamos ainda a refletir que ontem eram crianças e hoje nos ensinam como melhor explorar os programas do computador e atalhos que ali se encontram à disposição. O tempo passou e nos cabem as recordações.

É o momento da saudade dos dias que se foram tão rápidos. Mas também é o momento em que nos sentimos fortalecidos pelo dever cumprido.
Em mim ainda brota um sentimento de que poderia ter deixado de lado alguns afazeres sempre contínuos e ter brincado mais com eles, compartilhado das tarefas escolares, ouvido mais, suas conquistas e aventuras, suas primeiras decepções ou seus medos possam permanecer...

A vida é bela, nada se perde tudo se transforma.